Trabalho e felicidade. Duas palavras que vivem muito próximas em alguns momentos, mas em pé de guerra em outros. Em um universo corporativo de tantas cobranças por metas e resultados, buscar a felicidade pode parecer até utopia.
Não para a psicóloga e coach de felicidade profissional Nicole Tomazella. Aos 15 anos, ela decidiu fazer psicologia com o objetivo de ajudar pessoas dentro das empresas, já que cresceu com o pai, um industrial, falando da importância de ter boas pessoas trabalhando.
No primeiro emprego, dois meses depois de formada, Nicole virou uma ‘máquina de entrevistas’ em processos de seleção de colaboradores. Eram 30 por dia, todos os dias. Dentro da empresa, entendeu as dificuldades da liderança e construiu modelos de treinamento. Ouviu de um chefe que não foi contratada para treinar pessoas, e sim para contratar pessoas. Acabou demitida.
Na segunda empresa, participava de reuniões motivacionais todos os dias voltadas para a equipe de vendas. Desaprovou a mesmice das reuniões, e mudou de emprego mais uma vez.
Aceitou ir trabalhar com o pai, em um acordo muito claro: sem qualquer tipo de regalias. Foi a terceira mulher em uma empresa repleta de homens. Assumiu o departamento de recursos humanos, conquistou resultados, até se ver em meio a um quadro de depressão.
“Perdi o interesse pelas coisas, mas não queria dar o braço a torcer. Até que tomei uma decisão que muitos têm vontade: chutei o balde, larguei tudo. Cuidava de três unidades da empresa do meu pai, dava aula em duas cidades, tinha aberto uma empresa de consultoria. Mas a doença me fez parar”.
Nicole foi para o Canadá aprender inglês com o intuito de trabalhar em uma multinacional. Ficou um ano em Toronto, na área de recursos humanos. Até que o visto de trabalho venceu e ela se viu obrigada a trabalhar como garçonete, caixa de supermercado, recepcionista de academia.
“Quando eu percebi, era feliz pra caramba! Não tinha nem cama, dormia em um colchão no chão, e era muito feliz. Descobri que o que traz felicidade ao ser humano não é o cargo, o dinheiro”, lembra. A experiência fez com que ela voltasse ao Brasil com um objetivo: ajudar as pessoas a serem felizes.
Como coach de felicidade profissional, Nicole trabalha na formação de líderes nas empresas. “Todos os dias, pessoas desistem do trabalho por causa dos líderes que elas têm. Não é fácil mudar, mas é preciso entender que liderança não é cargo. É comportamento. Tanto que há muitos líderes que sequer ocupam cargos de gestão”.
Na receita de um líder feliz, Nicole inclui alguns questionamentos: qual o impacto que eu quero causar nas pessoas? O que minha equipe sente, pensa? O que é importante pra mim? Se você já começou a refletir sobre estas perguntas, já deu o primeiro passo para tentar ser feliz no trabalho.
Assessoria Lidere