Comportamento

Rony Meisler: “A gente tem que fazer a nossa parte”


16/10/19 às 17:48 - Escrito por Redação Tarobá News

Chegou o momento de parar de reclamar e partir para a transformação. Este é o conselho que Rony Meisler, do Grupo Reserva, deu na palestra de abertura do Lidere 2019. É hora para descruzar os braços, arregaçar as mangas e empreender com base no engajamento de pessoas, no retorno social do negócio, na transparência e, principalmente, nos próprios propósitos. “O propósito emerge. Você tem que se guiar pelos seus valores. Porque propósito é vocação de vida. O propósito é onde o negócio se mistura com a sua vida”, ressaltou.

A própria Reserva emergiu na vida de Rony Meisler quando, um dia, na academia, ele percebeu que a maioria das pessoas que estavam treinando utilizava o mesmo tipo de bermuda. Eram praticamente iguais. Ele percebeu a demanda por roupas diferenciadas, colocou a ideia em prática e tornou o pica-pau vermelho uma das marcas mais conhecidas do Brasil. Suas 89 lojas faturam cerca de R$ 400 milhões por ano, e 95% das peças são feitas no Brasil. Em 2016, a Reserva foi eleita uma das marcas mais inovadoras do mundo pela Fast Company Magazine.

As ações para tornar a marca uma potência a caminho da internacionalização, a partir de 2020, passa por iniciativas que enxergam o cliente não como um comprador, mas como uma pessoa. A Reserva tornou-se uma marca que valoriza o humano e suas singularidades, promovendo experiências que, além de ótimas histórias, são exemplos pouco ortodoxos de fidelização, mas que funcionam ao potencializar o respeito por quem está do outro lado do balcão.

“Eu trouxe três ou quatro exemplos de como o propósito de cuidar, emocionar e surpreender as pessoas todos os dias se manifesta no nosso negócio”, revelou, em uma palestra prática, voltada ao cotidiano do empreendedor. “O que a gente fez ao longo do tempo não foi inventar nenhuma roda, nenhum Facebook, nós fomos fazendo pequenas coisas. São coisas muito simples, mas que têm impacto profundo na vida das pessoas”, explicou.

Por exemplo: todos que entram para trabalhar na Reserva, na ficha admissional, lista três sonhos realizáveis. A cada trimestre, uma história de ajuda ou auxílio mútuo dentro da empresa, entre departamentos diferentes, é escolhida por um comitê. E o prêmio, para o vencedor, é a realização de um dos desejos listados. Rony citou um supervisor da marca cujo sonho era dirigir uma Ferrari. A empresa alugou o carro para que ele pudesse dirigir por 4 horas seguidas após vencer a votação.

Em 2012, uma loja foi assaltada duas vezes em apenas três meses. No último assalto, Rony foi acordado às 5 horas da manhã para fazer o boletim de ocorrência. “Cheguei na loja às 9 horas da manhã, a loja abria às 10 horas. O time estava uniformizado, a loja estava limpa e arrumada, e eles estavam vendendo. Eles foram para lá, fora do horário de trabalho, resolver um problema que eu tinha que resolver. Eu estava praticando a cultura da reclamação. E eles praticaram a cultura da transformação. Eu voltei para casa tentando transformar isso num exemplo”, recorda Rony Meisler.

A resposta veio em seguida, quando as imagens da câmara de vigilância que gravou o assalto viraram uma bem-sucedida campanha publicitária. “Foi uma repercussão viral, teve milhões de pageviews, ganhou um prêmio em Cannes. É a cultura da transformação, é o que a gente tem que fazer nesse momento. Em toda crise tem uma oportunidade”, destacou.

Entre as contrapartidas da marca, Rony citou a campanha Reserva 1P=5P. Ou seja, para cada peça de roupa vendida, a Reserva doa cinco pratos de comida. “Já foram mais de 31 milhões de refeições entregues para quem tem fome. É o suficiente para alimentar mais ou menos 9.500 pessoas com três refeições diárias. A gente está fazendo a nossa parte. É só isso que a gente tem que fazer: a nossa parte”. A conversa direta e franca foi bem recebida pelo público e mostra como o Lidere está atento às novas formas de gestão.

Com assessoria de imprensa