Londrina
Cascavel
  • Londrina
  • Cascavel

UEL integra movimento que propõe lei para acelerar acesso a habitação digna

03/07/24 às 11:26 - Escrito por Assessoria de Imprensa
siga o Tarobá News no Google News!

Será realizado nesta quinta-feira (4), às 9h, no Anfiteatro do Centro de Estudos Sociais Aplicados (Cesa), o lançamento da Campanha pela Implantação da Lei da ATHIS – Assistência Técnica para Habitação de Interesse Social em Londrina. O evento terá a presença da reitora da UEL, Marta Favaro, autoridades, representantes da comunidade da UEL, entidades, coordenadores da campanha e outras organizações.


A solenidade marcará o início do movimento pela coleta de 25 mil assinaturas de eleitores londrinenses que irão compor um abaixo-assinado para a proposição de um projeto de iniciativa popular na Câmara de Vereadores de Londrina. O objetivo é reunir apoio da comunidade para o enfrentamento da falta de habitações adequadas para quem vive em situações irregulares e precárias e ampliar o direito social à moradia.


A ATHIS tem respaldo na Lei Federal 11.888, de 2008, e requer a aprovação de um projeto de lei na Câmara de Vereadores para ser implementada. O movimento pela implantação da lei na cidade é uma iniciativa do Projeto Integrado de Extensão e Pesquisa da UEL “Apoio para Estudos de Impacto de Vizinhança (EIV) e outros estudos urbanísticos, arquitetônicos e regionais para Londrina e Região Metropolitana” e do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB) – Núcleo Londrina, com a participação do BR Cidades e Papo Reto Londrama. Apoiam a iniciativa a Associação dos Geógrafos Brasileiros (AGB); Centro de Direitos Humanos (CDH/Londrina); Central Única das Favelas (Cufa), por meio do Conexões Londrina; Centro Acadêmico de Arquitetura e Urbanismo da UEL (Cacau); APP-Sindicato; Associação dos Servidores da UEL (Assuel); Sindiprol/Aduel; Sindicato dos Jornalistas do Norte do Paraná (Sindijor Norte PR); Coletivo dos Sindicatos de Londrina, entre outras entidades.

Leia mais:

Imagem de destaque
SEGURANÇA

Defesa Social instala Torre de Observação Rural para monitoramento nos distritos

Imagem de destaque
APÓS APUCARANA

PL que permite sepultamento de pets em jazigos de donos é discutido em Londrina

Imagem de destaque
SEM DIMINUIÇÃO

Pronto-socorro da Santa Casa de Londrina suspende atendimentos pelo quarto dia

Imagem de destaque
VOTAÇÃO ABERTA

Vote aqui em quem você quer ver na final do Desafio do chef!



400 anos de espera


O professor Gilson Bergoc, do departamento de Arquitetura e Urbanismo (CTU), coordena o Projeto Integrado EIV UEL e está à frente da campanha. Segundo Bergoc, a situação exige medidas urgentes. Os números oficiais do município indicam que, entre 2015 e 2020, Londrina tinha 55.369 pessoas inscritas na Companhia de Habitação de Londrina (Cohab-LD) esperando por uma moradia, para uma média de 120 atendimentos entre 2015 e 2020. Considerando a média da demanda neste mesmo período, os últimos da fila deverão aguardar 456 anos para receberem suas moradias.


"Temos que pensar em formas de acelerar o processo de habitação digna em Londrina. Hoje, nós temos, somente no cadastro da Cohab, por exemplo, mais de 57 mil pessoas inscritas. Se o processo de habitação continuar sendo feito como é hoje, com a quantidade que está sendo entregue nos últimos cinco anos, segundo um levantamento que o próprio IAB fez, levaria mais de 450 anos para que todas essas pessoas que estão atualmente cadastradas conseguissem ter uma habitação. Isso é humanamente inviável. É um problema de arquitetura e urbanismo, mas também um grande problema social. Por isso, é importante fazermos esse trabalho de maneira que possamos ampliar as possibilidades de acesso a essa parcela da população.", disse Gilson Bergoc, professor do Departamento de Arquitetura e Urbanismo da UEL.


Bergoc considera, ainda, que se o período de análise for estendido para os últimos 13 anos (2010 a 2022), em que a média de entregas de unidades habitacionais pela Cohab-LD sobe para 772 unidades por ano, o tempo de espera chega a 76 anos, mais tempo que a média de vida da população paranaense, que está em 79,2, e a brasileira, que corresponde a 77,6 anos, segundo dados de 2024 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).



ATHIS


A ATHIS visa oferecer assistência técnica para reformas e adequações e garantir que as habitações atendam aos padrões necessários em termos de ventilação, iluminação, insolação, saneamento básico e regularização de terrenos e edificações, de acordo com as normas técnicas vigentes. Arquitetos, engenheiros, advogados e outros profissionais vão atender a população com renda de até três salários mínimos em projetos construtivos e regulação fundiária. O projeto prevê que a remuneração dos técnicos virá de um Fundo Municipal, previsto na lei.


O presidente do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB) – Núcleo Londrina, Fernando Fayet, acrescenta que o problema do déficit habitacional não pode ser simplificado a produzir novas casas. “O déficit também envolve a melhoria das moradias e, consequentemente, dos bairros e da cidade”, diz.


Ele cita pesquisa nacional realizada em 2022 pelo Instituto Datafolha, feita com exclusividade para o Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil. O levantamento mostra que entre 50 milhões de brasileiros que já fizeram obras de reformas ou construção, 82% não contrataram serviços de profissionais tecnicamente habilitados, arquitetos ou engenheiros. As obras irregulares, sem registro de projeto e execução junto aos órgãos competentes podem colocar, sobretudo, em risco a vida das pessoas.

Notícias relacionadas

© Copyright 2023 Grupo Tarobá