A Justiça manteve a exigência da utilização da tornozeleira eletrônica para dois réus da operação ZR3, que investiga a existência de um suposto esquema de pagamento de propina a agentes públicos para a aprovação de mudanças no zoneamento de Londrina. A medida é válida para Evandir de Aquino, ex-assessor do vereador Rony Alves (PTB), e o empresário Homero Wagner Fronja. 

As decisões foram assinadas nesta quinta-feira (15) pelo juiz Délcio Miranda da Rocha da 2ª Vara Criminal de Londrina, em resposta ao pedido formulado pela defesa dos réus. Fronja, que foi gravado admitindo ter pago propina para agentes públicos, justificou o pedido de retirada da tornozeleira com o medo de ser vítima de um novo assalto. Em fevereiro, a residência onde ele morava com os pais foi invadida por assaltantes, que levaram um carro e eletrodomésticos. De acordo com a defesa do empresário, os criminosos estariam atrás de documentos.

Já Aquino argumentou que a medida cautelar do uso da tornozeleira não seria mais necessária, já que ele não é mais assessor parlamentar e, portanto, não tem mais acesso à Câmara. Em ambos os casos, o juiz entendeu que os réus podem atrapalhar o bom andamento das investigações, com "o risco de reiteração delitiva, a cooptação de pessoas e a influência sobre terceiros", conforme afirmou o juiz no despacho referente à Homero Fronja. 

Decisões favoráveis aos réus

Desde a deflagração da operação ZR3 pelo Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), quatro investigados já conseguiram reverter medidas cautelares impostas pela Justiça. A ex-presidente do Ippul Ignês Dequech e o ex-secretário do ambiente Cleuber Moraes de Brito deixaram de utilizar o monitoramento eletrônico. O ex-membro do Conselho Municipal de Cidades (CMC) Luis Guilherme Alho e o empresário Vander Mendes Ferreira conseguiram autorização para deixar a prisão. 

A reportagem tentou contato com a defesa dos réus, mas não obteve sucesso. 

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