Para o Ministério Público, servidores públicos, vereadores e integrantes do Conselho Muncipal de Cidades integravam um esquema que cobraria caro para mudanças de zoneamento. A Justiça autorizou as gravações e um desses diálogos é entre os empresário Luiz Guilherme Alho, o vereador afastado Rony Alves, ambos investigados, e o agricultor Junior Zampar que tentava mudar o zoneamento de uma área da família em 10 de abril do ano passado. Na reunião, Luiz Guilherme explica os trâmites burocráticos para a alteração do zoneamento.
Durante a reunião, o vereador afastado Rony Alves aponta que a pessoa mais indicada para fazer o processo seria Cleuber Moraes, integrante do Conselho Muncipal de Cidades e também investigado na operação ZR3. Afirmando que trabalhando em conjunto com Luiz Guilherme Alho, saberiam os trâmites para conseguir pareceres favoráveis junto até que o processo de mudança chegasse à Câmara de Vereadores.
Rony Alves deixa a reunião, mas a conversa continua entre o investigado Luiz Guilherme Alho e o agricultor. Em três trechos diferentes, o empresário alega que precisa de ajuda de outras pessoas, entre elas o presidente afastado da Câmara Mario Takahashi que poderia dar garantias do andamento do processo. Só assim, ele poderia passar os valores de quanto custaria fazer a mudança de zoneamento.
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Ainda em abril, no dia 15, o agricultor se encontrou com outro investigado, Homero Wagner Fronja. No diálogo, o investigado conta como conseguiu a alteração de zoneamento, passando as terras para a Zona Residencial 3, pagando vantagens indevidas a agentes públicos. Em outro trecho, Fronja cita o servidor da secretaria de obras Ossamu kaminagakura e o vereador afastado Rony Alves.
A partir dessas e outras gravações e também interceptações telefônicas, o MP deflagrou no dia 24 de janeiro a operação ZR3. Foram cumpridos 25 mandados de busca e apreensão e 11 investigados passaram a ser monitorados por tornozeleiras eletrônicas. Todos já prestaram depoimentos. Outras testemunhas também foram chamadas para prestar esclarecimentos. Baseado nisso e nas provas coletadas, o MP vai decidir até esta sexta feira se oferece ou não denuncia contra os investigados a Justiça.
(Reportagem: Ticianna Mujalli)