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Operação ZR3: "tem que agradar os vereadores", diz ex-presidente do Ippul a empresário

12/02/18 às 22:08 - Escrito por Murilo Pajolla
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Enquanto a 2º Vara Criminal de Londrina analisa se vai transformar a denúncia de 13 pessoas investigadas na operação ZR3 em ação penal, os membros do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) continuam analisando volumosas evidências que devem levar a novas fases da operação. De acordo com os promotores, a análise de apenas um dos aparelhos de celular pela criminalística, inclusive com a recuperação de conversas apagadas, demorou três dias.

Ainda falta analisar cinco fatos criminosos que ficaram de fora da denúncia apresentada na semana passada, já que vão demandar mais tempo para investigação. A expectativa também é a quebra do sigilo bancário dos investigados, que pode levar a uma possível denúncia por lavagem de dinheiro.

Isso porque a propina para mudança de zoneamento urbano era cobrada através de orçamentos superfaturados. De acordo com o Ministério Público (MP), Luiz Guilherme Alho pediu R$ 1,7 milhão ao empresário Junior Zampar para intermediar o processo.

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Numa conversa gravada em outubro de 2017, a ex-presidente do Ippul Ignês Dequech justifica a Zampar o preço cobrado por Alho: “porque ele tem que agradar os vereadores”, diz a investigada. O empresário questiona: “esse agradar é dar dinheiro?”, ao que Ignês responde: “pode ser”.

Para que o triângulo se fechasse, era preciso ter ainda alguém dentro da prefeitura. Era aí que entrava Ossamu Kaminagakura, que estava na diretoria de loteamentos da secretaria de obras. Os investigadores encontraram agendas e cadernos pertentes a Alho, de onde constam quatro anotações de pagamentos ao servidor, que iam de R$ 1 mil a R$ 80 mil.

Para o MP, outra evidência que incrimina Kaminagakura é a gravação de uma conversa telefônica entre ele o empresário Antônio Carlos Gomes Dias. “Vamos deixar nossa conversa para segunda-feira que depois eu vou ter que pegar dinheiro para passar para você”, diz o empresário. De acordo com o MP, o assunto é uma área no distrito de Guaravera.

A denúncia 

A denúncia tem 42 páginas ao todo. Nela estão detalhados 15 fatos criminosos envolvendo os 13 denunciados, dos quais 11 já estavam sendo monitorados por tornozeleira eletrônica por determinação judicial. O primeiro fato é de 2013 e relata um pedido de propina de Mário Takahashi ao denunciante Junior Zampar. O vereador afastado teria pedido R$ 1 milhão de reais para mudança de zoneamento numa área pertencente à sua família na Gleba Lindoia, de zona industrial 2 para zona residencial 3. Nessa época, ainda não havia autorização da Justiça para as gravações e interceptações.

Para o Gaeco, a organização criminosa começou a agir a partir do segundo semestre de 2016, formada pelos vereadores agora afastados Takahashi e Rony Alves, o então chefe de gabinete de Rony, Evandir Aquino, o servidor municipal também afastado Ossamu Kaminagakura, os ex-integrantes do Conselho Municipal da Cidade: Luiz Guilherme Alho, Ignês Dequech e Cleuber Moraes, além dos empresários Brasil Filho, Theodoro Mello de Souza e José de Lima Castro Neto.

Reportagem: Luciane Miyazaki 

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