Diante da super população de rua, comerciantes e vizinhos dos lugares onde os mendigos vivem reclamam. Entendem que é uma situação social, mas que muitas vezes os moradores de rua atrapalham até o trabalho no dia a dia. E além dos prédios públicos há grupos que ocupam imóveis privados e causam uma dor de cabeça danada para os proprietários.

Cinco horas da tarde, rua Souza Naves. Apesar do movimento na calçada três moradores de rua dormem embaixo da marquise. Os lojistas evitam o assunto. Mas depois de muita insistência, uma comerciante decidiu falar. Pediu para não ser identificada. Disse que tem compaixão, mas que tem sido complicado trabalhar.

Quem é vizinho da Concha Acústica convive com a população de rua há anos. Mas o que tem preocupado é que o número de pessoas nessa situação tem aumentado cada vez mais. Londrina cerca de mil moradores de rua, há sete anos eram só 300. O tema é pauta de reuniões que vão da Câmara ao Ministério Público.

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Para a secretaria de Assistência Social outros municípios tem enviado pessoas para cá. E na Rodoviária polêmica: com as grades para impedir o acesso instaladas e arrancadas em seguida. Enquanto a Prefeitura tenta retirar a população de rua das praças, há uma migração para outros locais. Como imóveis privados.

Na rua Deputado Nilson Ribas, região oeste, salas comerciais ainda em construção foram tomadas. Apesar da placa de aluga-se uma espécie de casa foi montada. Com várias caixas e até separação de cômodos com tecido. Neste vídeo um jovem lava roupa. Na vizinhança existe um grande receio de dar entrevista sobre o assunto. Nós conversamos com o proprietário de uma casa que tem medo de aparecer. Ele contou que o prédio foi ocupado há mais de três meses pelos moradores de rua. E que eles tem costume de pedir alimentos e dinheiro na região. E em alguns momentos não são amigáveis, intimidam para conseguir o que querem. 

Na imobiliária que faz a locação do imóvel o dono explicou que já recebeu várias ligações de vizinhos cobrando soluções. O dono do imóvel foi comunicado, mas não encontrou formas para tirar os moradores de rua dali. João explica que em dez anos no ramo de imobiliário, nunca precisou lidar com nada parecido.

Reportagem Heloisa Pedrosa