O Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) do MP-PR (Ministério Público do Paraná) deflagrou, nesta quarta-feira (18), a segunda fase da Operação Tális, que investiga mortes e o incêndio que destruiu centenas de casas na Vila Corbélia, no bairro Cidade Industrial (CIC), em Curitiba. O caso aconteceu no dia 7 de dezembro de 2018.
Segundo o Gaeco, são cumpridos 19 mandados de busca e apreensão em 16 residências de policiais militares na capital, uma em Araucária, uma em Ponta Grossa e uma em São José do Seridó, município do Rio Grande do Norte.
O INCÊNDIO
O incêndio de grandes proporções aconteceu na madrugada do dia 7 de dezembro. Um dia antes, um policial militar e dois moradores da vila foram mortos e um motorista de aplicativo ficou ferido a tiro. A Polícia Militar, o Ministério Público do Paraná e a Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa abriram diligências para apurar as circunstâncias dos ocorridos.
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O policial militar Erick Nório, do 23º Batalhão, foi atingido por tiros ao chegar na comunidade para atender uma ocorrência de perturbação de sossego. Na mesma noite, a Vila foi incendiada. Moradores acusaram a PM de represália. Já a PM atribuiu o incêndio a uma ação do “crime organizado” e rebateu a acusação.
Após os fatos, um vídeo foi entregue ao Ministério Público do Paraná. Nele, dois homens, que vestem coletes balísticos da Polícia Militar, descem de um carro branco e atiram contra casas e ordenam que moradores de uma área de invasão em Curitiba se recolham.
Dias depois, após a divulgação do vídeo, a PM confirmou que os homens que aparecem atirando horas antes do início do incêndio no local pertencem à corporação.
Na ocasião, moradores relataram terem sido torturados e testemunharam policiais consumindo cocaína e espalhando gasolina sobre casas momentos antes do início do fogo.