A 17ª Regional de Saúde está estudando possibilidades para ofertar leitos especializados em psiquiatria em Londrina. As negociações mais avançadas estão concentradas no hospital da zona sul.

Nenhum dos cinco hospitais que atendem pelo SUS em Londrina têm um setor específico para atender os pacientes com problemas de saúde mental. Há quase 20 anos, o governo federal tentou encontrar uma saída para esse impasse: a criação de enfermarias que poderiam funcionar nestas unidades.

Para o presidente do Conselho Municipal de Saúde, que já dirigiu um hospital de grande porte da cidade, a política não funcionava na prática.

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Sem vagas nos hospitais, o atendimento de psiquiatria é realizado em clínicas especializadas neste tipo de tratamento. Na nossa região, são três instituições. Juntas, elas oferecem 320 leitos, 200 somente em Londrina, que podem ser ocupados inclusive paciente de outras cidades.

A Clínica Psiquiátrica e a Villa Normanda foram investigadas pelo Ministério Público na Operação Hipócrates, que denunciou os diretores e alguns funcionários por maus tratos e outros crimes contra os internados. A promotoria chegou a pedir que o município encerrasse os contratos, o que não foi acatado pela Secretaria de Saúde.

A distribuição das vagas é gerenciada por uma central de regulação em Curitiba. São 2 mil em todo o Estado. Dependendo da demanda, pacientes que moram em Londrina podem ser transferidos para outros municípios. O presidente do Conselho de Saúde diz que esse modelo não é o mais adequado.

Segundo a diretora da 17 Regional, a ideia é que o Estado continue a controlar. Até para desafogar a procura nas clínicas, ela acredita que o tratamento psiquiátrico poderia ser mais fortalecido nos postos de saúde.

Além de cobrar um investimento maior no atendimento psiquiátrico na rede básica, a 17 Regional de Saúde estuda a possibilidade de oferecer esse serviço especializado em algum hospital público de Londrina, o que tornaria a internação nas clínicas apenas em casos mais extremos. As negociações estão mais avançadas para que isso se torne realidade aqui no Hospital Zona Sul.

(Reportagem: Rafael Machado)