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Castrar ou não castrar?

16/09/17 às 09:07 - Escrito por Luciane Miyazaki
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 A resposta é sim, sim, sim!

Eu já falei por aqui da “superpopulação” de cães e gatos em Londrina. O censo animal feito entre 2013 e 2014 apontou 192 mil cães e mais de 30 mil gatos.

Esse levantamento traz outros dados interessantes. Por exemplo, o número de animais “semidomiciliados”, aqueles que têm casa e família, e têm acesso à rua. 46%, quase a metade. Eles estão soltos, sem identificação e vulneráveis a doenças, reprodução, brigas, atropelamentos e maus tratos.

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Outro assunto abordado na pesquisa foi a castração. O resultado é assustador: 88% dos cães e 68% dos gatos não eram castrados! Ainda, 68% dos entrevistados eram a favor da castração, mas 32% não queriam castrar o animal e 40% nem tinham pensado sobre o assunto.

Mitos e preconceitos

Sim, há preconceitos em relação à castração. Entre eles, que o animal vai engordar, que vai ficar apático, que não vai servir para guarda... no caso do macho, que vai perder a “masculinidade”. Ainda, no caso de fêmeas, ouve-se muito: “coitada, mas ela vai se sentir frustrada se não for mãe...”

Não existe qualquer fundamento científico para tais afirmações. Pelo contrário. Existem benefícios e muitos. O primeiro deles é o controle de natalidade e crias indesejadas que, muitas vezes, resultam em abandono.

Matemática

Uma gatinha pode entrar no cio apenas com 6 meses de vida e ter 4 ninhadas por ano. Digamos que nasçam 5 gatinhos. Aí são 20 gatos a mais por ano. Em 5 anos, uma única gata pode ter 100 filhotes!

O gráfico a seguir faz uma projeção do número de cães e gatos que podem nascer a partir de um casal. O resultado é assustador. No caso dos cães, 67 mil animais em 6 anos. Gatos, 66.088 no mesmo período. Tá aí uma das explicações para a quantidade gigantesca de animais abandonados nas ruas ou “semidomiciliados”.

 

Saúde

Aí você pode dizer: “meu cãozinho ou gatinho não tem acesso à rua e nem a outros cães ou gatos”. A prevenção de doenças é outro ponto importante.

Um dos tumores mais comuns em cadelas e gatas é o de mama. No caso de cadelas, quando são castradas antes do primeiro cio, a chance de desenvolver esse tipo de tumor cai para 0,5%. Nas gatas, a incidência é 7 vezes maior nas não castradas.

A castração previne contra vários tipos de doenças e tumores relacionados ao aparelho reprodutor. Tanto em machos quanto em fêmeas. Tem ainda a piometra, uma infecção no útero e que pode levar à morte. Os machos não castrados podem desenvolver câncer de próstata. Nos cães, a probabilidade é de 80%!

 

Comportamento

A castração provoca mudanças positivas no comportamento dos animais. Nas cadelas, acaba com aquele sangramento incômodo na época do cio. Já o cio de uma gata não tem sangramento, mas é inesquecível. Ela fica miando (e alto!) dia e noite por uns 10 dias! Isso também acaba.

Um estudo da Universidade da Califórnia em parceria com a Universidade de Michigan mostrou em números o benefício para os machos:

- fugas: 94% dos casos resolvidos, 47% rapidamente

- montar: 67% dos casos resolvidos, 50% rapidamente

- demarcar território: 50% dos casos resolvidos, 60% rapidamente

- agredir outros machos: 63% dos casos resolvidos, 60% rapidamente.

Eu já passei pela experiência de castrar um cão macho adulto e outro filhote. O Max, castrado ainda filhote, não levanta a patinha para fazer xixi. Nunca fez xixi nas paredes ou na roda do carro. Costuma fazer no mesmo lugar. O Billy foi castrado quando já era adulto. Como todo macho, fazia xixi por tudo. Nos muros, nas rodas do carro, na moto, na bicicleta... Depois, parou (ufa!). Hoje, também costuma fazer xixi no mesmo local. Já quando saímos para passear, não deixa passar uma árvore. Brigas e fugas nunca foram problema.

 

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