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Cirurgia para o cão não latir

23/09/17 às 08:18 - Escrito por Luciane Miyazaki
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Sabe aquela coisa que a gente aprende ainda criança: cachorro late, gato mia... Pois é. O ser humano quer mudar o que parece tão óbvio e natural.

Quem gosta de animais anda preocupado com notícias recentes de retirada das cordas vocais, principalmente, de cães.

Na China, um homem é investigado por se oferecer para cortar as cordas vocais de cachorros tidos como "barulhentos". Ele improvisou uma clínica veterinária e realizava as cirurgias numa mesa na rua! Os procedimentos levavam, em média, 5 minutos. Cobrava entre 8 e 12 dólares. Ele não tinha licença veterinária, não anestesiava, não trocava e nem higienizava a tesoura utilizada. A clínica clandestina foi fechada.

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Pior é quando a decisão vem da Justiça. Foi o que aconteceu no Oregon, Estados Unidos. Resultado de uma briga jurídica de 5 anos entre um casal e os vizinhos.

Karen Szewc e John Updegraff têm cães das raças Mastim Tibetano e Mastim dos Pirinéus para proteger a propriedade e os animais que criam: cabras, ovelhas e galinhas. Mas, os latidos descritos como "incessantes e partir das primeiras horas da manhã" incomodaram os vizinhos.

Em 2015, o casal foi condenado a pagar 238 mil dólares de indenização. Sem sucesso com o uso de spray de citronela e a construção de uma barreira visual entre os cães e a propriedade vizinha, a justiça determinou a retirada das cordas vocais.

Diante dessa decisão, grupos de defesa animal e pessoas no mundo inteiro têm se mobilizado para tentar reverter isso. Existe até um abaixo-assinado virtual. www.change.org/p/oregon-courts-stop-ordering-the-debarking-of-working-or-companion-dogs




Recentemente, li a informação de uma decisão semelhante em Curitiba. Um juiz teria determinado essa mesma cirurgia em cães de um bairro que estariam "incomodando" a vizinhança. Não consegui mais detalhes. Espero que não seja verdade!

Até porque a cordectomia, o procedimento para retirada das cordas vocais, é proibida no Brasil pelo Conselho Federal de Medicina Veterinária desde 2008. Sendo permitida apenas em casos que afetem a saúde do animal. Os cães submetidos à cirurgia ficam quase mudos, com um latido rouco. Há exemplos também de complicações pós procedimento.

Solução

Para resolver problemas comportamentais, a cirurgia é considerada mutiladora.

A coordenadora do Hospital Veterinário da Unifil, Mariana Cosenza, não recomenda o procedimento: "A questão de latidos é mais relacionada ao comportamento e não com algum problema a ser resolvido cirurgicamente. Considero um crime contra o animal".

Ela completa que "quando a pessoa tem um animal que late muito é preciso procurar um especialista em comportamento animal e resolver a causa do problema, o porquê de estar latindo. Pode ser ansiedade, solidão ou estresse."

Além de tudo, o latido é uma forma de comunicação dos cães. Eles latem. Humanos falam. Já pensou se nos obrigassem a retirar as cordas vocais e fóssemos proibidos de falar?


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