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Fogos de artifício e pets

29/12/17 às 10:03 - Escrito por Luciane Miyazaki
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Quem tem animal de estimação normalmente odeia. Mas tem gente que acha todo Réveillon tem que ter fogos de artifício e rojões.

Cá pra nós, incomoda os nossos ouvidos. Imagine se você pudesse ouvir 4 vezes mais longe do que qualquer humano e pudesse localizar com precisão a direção do som em 6 centésimos de segundo. Essa é a audição de um cão. Aí é só multiplicar o incômodo.

Aqui em casa, nem o Max e nem o Billy se desesperam. Desde cedo, a gente tentou fazer com que parecesse algo normal. Percebo que o Max se incomoda quando o barulho é muito alto e muito próximo. Da última vez que soltaram uma dessas bombas barulhentas no portão, ficou um pouco agitado e tentou entrar em casa. Dei um petisco, agradei e passou.

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Na minha prima, tem uma cadela que começa a latir sem parar para a direção dos fogos.

Já os cães da minha mãe ficam com medo e correm pra dentro de casa e pra perto dela.

Tem cães e gatos que simplesmente entram em pânico. Tremem, babam, fazem xixi de pavor, correm enlouquecidamente, se machucam sozinhos ou se escondem.

Riscos

 É só olhar nas redes sociais. Desde o Natal, a quantidade de cães desaparecidos ou encontrados por aí é enorme.

Isso porque na hora do pânico, muitos saem correndo sem rumo e se perdem. O veterinário Gilberto Saito alerta sobre o risco de atropelamento e também de acidentes. Tem cães que tentam saltar cercas e grades e aí acabam se ferindo.

Segundo ele, a probabilidade de o animal “morrer do coração” é pequena. A não ser que o pet já tenha algum problema cardíaco.


A solução

 O veterinário indica o uso de Florais de Bach, homeopáticos ou fitoterápicos. Com orientação. O ideal, segundo ele, é testar meses antes. Até porque pode não funcionar para todos. Normalmente, esses produtos demoram uns 10 dias para fazer efeito.

A adestradora Paula Miranda defende que o adestramento pode ajudar o pet a lidar melhor com esses medos. O treinamento consiste em realizar brincadeiras. Por exemplo, estourar bexigas e fazer desse momento uma festa, incentivando o cão a brincar. Elogiar o animal, jogar o brinquedo favorito ou dar petiscos servem como incentivo. A ideia é que eles percebam que, apesar do susto, tudo vai ficar bem. Ainda, a presença e a brincadeira com o tutor deixam o animal mais seguro.

O adestrador Rafael Martins usa aqueles estalinhos para ajudar o cão a se familiarizar com o barulho. Se não há reação negativa, ele ganha um petisco. O adestrador diz que CDs ou vídeos de fogos de artifício podem auxiliar nesse processo. Nesse caso, a dica é começar reproduzindo o som baixo e ir aumentando gradativamente. Aí, toda vez que o pet reagir bem, recompensar. Até que o barulho deixe de ser um incômodo.

Já deu pra perceber que, pra resolver, só mesmo a médio e longo prazos. Ou seja, pra essa virada de ano, sem chance.


O que fazer agora?

 A adestradora Paula recomenda reservar um local na casa onde o pet possa se sentir seguro e confortável. Uma música agradável pode ajudar a abafar o som dos rojões. Paula reforça os cuidados com o portão aberto, muros baixos e até mesmo com vidros que podem ser quebrados na tentativa de fuga. Alerta também para janelas e sacadas de apartamentos.

No momento do barulho, além das brincadeiras, uma massagem no corpo do animal pode ajudar a relaxar. Vale tudo que ele possa associar a algo positivo e agradável.

Por outro lado, Paula desaconselha expor o pet aos fogos. Ela explica também que a bronca pode reforçar o comportamento indesejado.

Colocar algodão nos ouvidos, como um “tampão”, também pode ajudar a diminuir o som.

Além do algodão, o veterinário Gilberto Saito diz que há algumas roupas que ajudam a proteger os ouvidos do barulho.

A poucos dias da virada, ele fala que há alguns calmantes naturais que podem agir mais rápido. Mas não adianta querer fazer isso no dia 31.

Em casos extremos, quando há risco de verdade para o pet, o veterinário pode receitar um sedativo que age em 1 hora ou 30 minutos.

Nunca medique seu animal por conta. Vá hoje ainda falar com o seu veterinário e peça ajuda profissional.

Chegou a hora e não tem mais o que fazer? Gilberto orienta a pegar o cãozinho e ficar com ele no colo até passar. Mas sem “mimimi”, que pode incentivar o desespero. Apenas colo e carinho porque, pra ele, “a gente sempre se sente mais seguro perto da nossa família”.


Truque do pano

 Na internet, há vários textos falando sobre o tal truque do pano. A técnica desenvolvida por Linda Tellington-Jones consiste em colocar uma faixa de tecido no animal para estimular a circulação sanguínea e amenizar a tensão. Como na figura a seguir...

Se funciona? Não sei. Até hoje, não conheci ninguém que tenha testado a técnica. Enfim, profissionais orientam a tomar cuidado para não apertar demais a faixa e prender a circulação do pet. Ainda, prestar atenção se a faixa não vai enforcar o animal naquela hora de desespero.

Alguém aí já testou?

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