Escrevi e apaguei umas dez vezes esse texto inicial da coluna, e recorri ao velho e bom caderno, porque acho que consigo me soltar mais para escrever de sentimentos assim (com caneta) que no computador. Como pode ser tão difícil começar a falar sobre maternidade, se vivo isso 24 horas por dia?? Acho que tá aí mesmo a resposta! A maternidade vira a peça fundamental da vida de uma mãe, entra na rotina, e até aquele monte de medo que existia antes do primeiro filho nascer, desaparece, aí faltam as palavras. Mesmo quando uma situação é nova a gente aprende a lidar com mais serenidade depois de um tempo.
Mas assim como iniciar esse texto foi difícil, começar a ser mãe não foi nada fácil pra mim. Durante a gestação eu gostava muito de ler sobre o desenvolvimento da criança. Baixei um aplicativo que contava o que acontecia no meu ventre semana a semana. Existem vááários, eu usava o Pais&Filhos. Mas eu não aguentava de curiosidade e lia várias semanas a frente. Pra parar com essa ansiedade resolvi me dedicar ao que vivia em cada momento. E foi aí que eu esqueci de ler sobre como seria quando a Fernanda nascesse, acredite!!! Pra piorar, não tenho sobrinhos, nem amigas próximas com filhos pequenos, então não tinha com quem trocar experiências.
Na primeira noite com a Fefê nos meus braços, em um momento ela não parava de chorar... foi um desespero tão grande que fui falar com a enfermeira. Ela disse: “Mãezinha, dá mamá pra ela!” Dããããr! Sério? Sério que alguém tinha que me dizer isso? Sério!!!
No segundo dia fomos pra casa, e me dei conta de que ainda não havíamos escolhido a pediatra. Marquei consulta com quatro profissionais, e só me acostumei com a que tratou meu bebê com carinho, e não como uma carteirinha de plano de saúde. Nesse dia, ao voltar do hospital pra fazer o teste do pezinho, a enfermeira furou a orelha da Fefê. O brinco era minúsculo, e ao mesmo tempo gigantesco. Foi aí que minha primeira crise começou. Tive uma crise de choro enquanto ela dormia. Chorei de soluçar, porque não sabia ser mãe. Ela não gostava do banho (chorava), meus seios estavam enormes, duros e muito doloridos, eu comecei a sentir as dores da cesária, e pra piorar tinha aquele brinco que incomodava na hora de amamentar. (Tirei o brinco e só voltei a fazer o furo lá pelo quarto mês de vida)
Gritei socorro, e uma doula (ou anjo, como preferir) me ajudou. Foi lá em casa, me explicou sobre o banho, com a dica de deixar o bebê de barriga pra baixo (e deu super certo), passou técnicas para desempedrar o peito e posições para amamentar (e deu super certo), e o melhor de tudo: conversando, ela me mostrou que eu não era uma mãe ruim... apenas era uma mãe de primeira viagem.
Aos poucos fui ficando mais confiante, e hoje acho que confio até demais. Não em mim, mas na Fernanda, que consegue (mesmo sem saber), me mostrar se estou acertando ou errando com minha atitudes e decisões.
Vou voltar a falar sobre alguns assuntos que citei rapidinho nesse primeiro contato com vocês...
Ah, que grosseria, não me apresentei. Muito prazer! Sou Daniela Lenzi, apresentadora do Jornal Tarobá 1ª Edição, sou casada com o, também apresentador, Marcio Pina, e juntos descobrimos, dia a dia, os prazeres e desafios de ter filhos. Nós temos a Fernanda, de 2 anos, mas nossa família fica completa mesmo quando o Vitor (meu enteado) está junto.
Se você é gestante, mãe, pai, pensa em ter filho um dia ou apenas gosta do assunto, seja bem-vindo! Fique a vontade para dar dicas, sugerir assuntos e contar sua história. Quero saber tudo, e conhecer novos caminhos da educação. Aliás, tenho livros ótimos sobre o assunto para indicar. Mas no próximo post quero voltar no tempo e falar como foi minha gestação, e dar algumas dicas pra quem quer engravidar.
Agora com licença, minha “Tutu” acordou e está me chamando! Beijos, até a próxima!!!