Ciência e saúde

Depressão leva mulheres a ganhar até 22% menos

24 set 2018 às 07:56

A depressão pode reduzir o rendimento da mulher em até 22%. É o que aponta uma pesquisa realizada na Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) pela economista Fernanda Seidel Oliveira. Segundo ela, além de diminuir a renda, a depressão reduz em 10% a chance da mulher desempregada procurar um novo posto de trabalho.

A explicação é a de que a depressão gera letargia, perda de interesse, tristeza, falta de vontade de sair de casa, o que afeta a produtividade no trabalho e bloqueia a possibilidade de ganhos maiores ou promoções. “Muitas são autônomas e por causa da depressão acabam conseguindo renda menor. Mesmo as que são empregadas, acabam sendo menos produtivas, o que as impede de crescer na profissão”, comenta a pesquisadora.

O estudo toma por base dados do PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), realizada com 300 mil mulheres em todo país, em idade produtiva – entre 18 e 65 anos (que representa 49 milhões de mulheres nessa faixa etária).

O quadro depressivo, segundo Fernanda, se deve muitas vezes à violência física e psicológica sofrida pela mulher, que acontece até mesmo dentro de casa, afetando a saúde mental.

“A violência certamente tem sua parcela de peso na depressão. Ainda é preciso investigar mais a fundo. Crimes de violência, como estupro, são subnotificados, o que dificulta estabelecer uma variável de relação socioeconômica”, comenta.

Nesse sentido, considera que ainda há um grande passo a avançar, que passa pela questão moral da sociedade. A tese de Fernanda foi reforçada em um estudo realizado em 2014 pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), vinculado ao Ministério do Planejamento, que apontou que grande parte dos brasileiros ainda culpa a vítima em casos de estupro.

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