Ciência e saúde

Família do jovem morto na UPA do Jardim do Sol conta como tudo aconteceu

25 out 2023 às 15:44

A família de Nycolas, o jovem de 22 anos, morto na UPA do Jardim do Sol, na última segunda-feira (23), contou, à nossa equipe de reportagens, como tudo aconteceu.


A dor e a revolta são grandes para a família. Inconformados com a forma como o jovem morreu, eles decidiram registrar um Boletim de Ocorrência (B.O) e uma denúncia no Conselho Regional de Medicina. 


A irmã e a namorada do rapaz defendem que houve negligência pelos profissionais que o atenderam na UPA do Jardim do Sol.


"A gente quer procurar os meios legais, é claro, de saber, de fato, o que aconteceu com o meu irmão e responsabilizar a negligência, porque, ali, está nítido que houve uma negligência, principalmente no domingo. Ele ter sido mandado embora, com falta de ar, mesmo espelindo sangue, vomitando sangue, e simplesmente deram calmante, deram paracetamol e dipirona para ele ir embora. Foi a situação do meu irmão agravou" relata Thaís Karina da Silva.


Andressa Cristine Dias acompanhou o namorado nas duas vezes em que ele buscou atendimento na UPA.


No domingo, ele começou a apresentar sintomas respiratórios, como falta de ar. Chegou a vomitar sangue no consultório. O jovem teria sido diagnosticado com crise de ansiedade e foi liberado, depois de ser medicado.


"O médico deu duas injeções, dois soros, um calmante, no soro, e um calmante comprimido. Aí ele vomitou sangue e, simplesmente, o médico disse que ele podia ir embora. Segundo o médico, era um simples vasinho que tinha se rompido. Ele deu dois diagnósticos: ansiedade e esse vasinho. E nós viemos embora; ele com dor. Ele dormiu com dor" conta Andressa.


Nycolas continuou passando mal e com dificuldade de respirar. Foi para a UPA de ambulância. Ele passou por consulta. Quando estava para ser liberado, diagnosticaram que ele estava com água no pulmão e o encaminharam para sala de emergência.


"Colocaram ele no soro com um medicamento forte, para a dor. Com esse medicamento, o Nycolas dormiu. No que acordou, ele já acordou convulsionando" relata Thaís


Irmã e namorada denunciam que mesmo com falta de ar, o jovem só teria sido colocado no oxigênio quando começou a convulsionar.


Nycolas havia informado na consulta que já teve outros problemas pulmonares. Ele estava na lista de prioridade para ser transferido para um hospital, mas morreu antes de ser transferido. O corpo dele não passou pelo Instituto Médico Legal (IML). Foi direto para a Acesf. 


No atestado de óbito consta que a causa da morte foi infarto agudo, convulsão, derrame e dispnéia súbita.


A Secretaria Municipal de Saúde informou que foi criada uma comissão para apurar a conduta dos profissionais durante o atendimento de Nycolas, na UPA do Jardim do Sol. 


A comissão tem dez dias para executar o trabalho, prorrogáveis por mais dez, quando a autarquia deve se manifestar ao final da apuração do caso.

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