Os juros futuros de médio e longo prazos fecharam em alta, enquanto os vencimentos curtos encerraram a sessão regular desta terça-feira, 12, perto dos ajustes anteriores, com viés de baixa. A falta de definição em torno da reforma da Previdência, com percepção cada vez maior de que a proposta não será votada este ano, continuou como fator principal a guiar os negócios.
A ata do Comitê de Política Monetária (Copom) confirmou a expectativa de que a Selic deve ser reduzida em 0,25 ponto porcentual em fevereiro, mas alertou sobre o risco que a frustração das expectativas sobre a continuidade das reformas e ajustes na economia pode representar para o atual cenário benigno da inflação. O exterior deu sua contribuição, por meio do avanço do dólar ante moedas de economias emergentes e aumento do rendimento dos Treasuries.
A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2019 fechou em 6,98%, de 6,99% no ajuste anterior. A taxa do DI para janeiro de 2020 encerrou em 8,29%, de 8,31% no ajuste anterior. A taxa do DI para janeiro de 2021 subiu de 9,25% para 9,32% e a do DI para janeiro de 2023, de 10,14% para 10,25%.
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As declarações de representantes do governo nos últimos dias têm vindo cada vez mais no sentido de que a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que altera as regras da Previdência pode ficar para o ano que vem, o que desagrada ao mercado, que não acredita que será possível aprová-la num ano eleitoral. Nesta terça-feira, tanto o presidente Michel Temer, quanto o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e o relator da PEC, deputado Arthur Maia (PPS-BA), mencionaram a possibilidade de a votação ficar para fevereiro, tentando minimizar um impacto negativo.
No fim da manhã, as taxas foram as máximas após a fala do relator, segundo o qual "não tem a obrigatoriedade de votar semana que vem". "Se vai ser o ano que vem, na semana que vem, não importa, a data é pouco significativa."
"O mercado está muito ao sabor do cenário político e a ata deixou mercado ainda mais sensível, ao alertar sobre o quanto a reforma é importante para futuro do ciclo de flexibilização", disse o gestor de renda fixa da Lerosa Investimentos, Carlos Fernando Vieira.
Pouco antes do fechamento deste texto, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), marcou o encerramento dos trabalhos legislativos deste ano para a próxima quarta-feira, 20. A data praticamente inviabiliza a conclusão de eventual votação da reforma no plenário, prevista para começar um dia antes, na terça-feira, 19.
Nos demais ativos, às 16h34, o dólar à vista subia 0,82%, cotado em R$ 3,3268, e nas ações o Ibovespa avançava 0,08%, aos 72.857,66 pontos. Nos Treasuries, a T-note de dez anos projetava yield de 2,40%, de 2,39% na segunda-feira.