Nas 62 creches filantrópicas, portões fechados e nenhuma movimentação. O aviso colado na entrada principal informava que nesta quinta-feira (19) não haveria aula. O dia é de paralisação e começou com um ato às 9h na rotatória das avenidas Ayrton Senna e Madre Leônia Milito, na Gleba Palhano em Londrina.
Com faixas, cerca de 200 professores, de acordo com a Guarda Municipal, mostravam indignação ao reajuste salarial oferecido pelos patrões. Enquanto eles pedem 10%, receberam a proposta de 1,56%, o equivalente a R$ 19.
O piso salarial de um professor no Centro de Educação Infantil Filantrópico é de R$ 1.418 por 30 horas semanais, de segunda a sexta-feira. O município paga R$ 400 por aluno, já que as instituições também são mantidas por outros tipos de parcerias. Nos centros municipais mantidos integralmente pela Prefeitura, os professores recebem mais de R$ 2.500. A Erica é professora de um CEI onde também estuda o filho, o pequeno Pietro. Ela garante que mesmo com salário baixo, a educação das crianças não é prejudicada.
Segundo o sindicato que representa a categoria, as negociações se arrastam desde novembro do ano passado. Além de aumento no salário, o pedido é por melhores condições de trabalho, com a implantação de hora atividade, vale alimentação e política de valorização salarial nos próximos anos.
Para chamar a atenção de patrões e do município pra necessidade de maior valorização, o trânsito parou e os professores caminharam pela avenida Madre Leônia Milito em direção à Secretaria Municipal de Educação. CMTU e Guarda Municipal deram apoio.
Os professores tentam um acordo até sábado, caso contrário pretendem parar a partir de segunda-feira (23) por tempo indeterminado. Está agendado para esta sexta-feira (20) uma nova reunião entre patrões, município e o Sinpro, sindicato que representa os professores. A proposta deve ser apresentada à categoria no sábado (21), em uma assembleia.
Os centros de educação abrem normalmente nessa sexta (20). Está marcado para sexta também uma mobilização de professores das escolas particulares. Para eles, a proposta de reajuste salarial foi de 2%.
(Reportagem: Kathulin Tanan)