Educação

Professores participam do curso ''Como atuar com alunos surdocegos''

31 jul 2019 às 08:45

Terenice Alves de Morais, a única guia-intérprete do Paraná, participa do curso “Como atuar com alunos surdocegos”, promovido pelo Centro de Apoio Pedagógico (CAP), que atende 63 municípios. A formação de 24 horas iniciou segunda-feira, 29, e encerra hoje, com a presença de professores dos Núcleos Regionais de Educação de Francisco Beltrão, Pato Branco, Dois Vizinhos, Guarapuava e União da Vitória.

“São 32 professores que irão atuar com alunos surdocegos congênitos, que nascem cegos e sem a aquisição de uma língua, e com os surdocegos adquiridos, que nascem cegos ou surdos e no decorrer da vida adquirem a outra deficiência”, comenta Joseani Vieira Brenner, coordenadora do CAP. A surdocegueira é considerada uma única deficiência. Em Beltrão, por exemplo, deve haver três surdocegos. O curso aborda a teoria e a prática, tanto que os participantes estão produzindo material para retornar e trabalhar com esses alunos.

Terenice é guia-intérprete pois acompanha o filho Igor Mosele, 16, na sala de aula. Ele tem retinopatia da prematuridade, ou seja, é cego por ter nascido prematuro. A partir dos 12 anos, começou a perder a audição também, então passou a usar aparelho auditivo e estabilizou; seu grau é moderado.

Atualmente, Igor está no 2º ano do ensino médio, é gaiteiro e leva uma vida independente, anda de bicicleta, nada no rio. Seu pai Paulo Mosele e os irmãos Diogo, 18, e Mariela, 14, são seus grandes incentivadores e ajudam-no em tudo. Eles residem em Santa Lúcia, interior de Dois Vizinhos.

“Fiz Pedagogia em 2011, aos 31 anos, pra auxiliar o Igor. Depois fiz quatro pós, incluindo educação especial”, conta Terenice, que é professora efetiva no ensino municipal e é guia-intérprete de filho, no ensino estadual. Sua principal motivadora foi a amiga e professora Rosane Rodrigues de Campos, que também está participando deste curso de surdocegueira. “Aprendi braile junto com o Igor, fui alfabetizada junto com meu filho, com incentivo da professora Rosane. Depois tive que aprender o braile avançado, por causa do ensino médio”, completa.


Fonte: Jornal de Beltrão

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