Educação

UEL: Sem horas extras autorizadas, serviços no HU podem parar

26 nov 2020 às 07:36

O Hospital Universitário pode ter que suspender alguns serviços essenciais a partir do meio de dezembro. Isso porque a Secretaria de Fazenda do Paraná não autorizou horas extras o que pode comprometer também outros serviços essenciais da Universidade Estadual de Londrina em funcionamento. A informação é da própria universidade, que foi divulgada nesta quarta-feira (25).

O pedido é encaminhado pela instituição a cada trimestre para análise da Comissão de Política Salarial do Estado do Paraná. Atendendo a recomendação da Inspetoria do Tribunal de Contas do Estado, o Conselho de Administração (CA) da UEL aprovou, na tarde desta quarta-feira (25), a suspensão do pagamento de Horas Extras a partir do próximo dia 16 de dezembro.

No Hospital Universitário, unidade de referência no tratamento a pacientes da Covid-19, pode ter redução de atendimentos. Outros locais de atendimento também estão na lista como o Ambulatório do HU do Campus Universitário, Hospital Veterinário, Clínica Odontológica (COU) e Clínica Psicológica.

Segundo o reitor da UEL, Sergio Carvalho, na próxima terça-feira os reitores das sete Universidades Estaduais se reúnem com os membros da CPS para esclarecer que, embora as Instituições de Ensino Superior tenham encaminhado as solicitações prévias, a Comissão não analisou e tão pouco respondeu aos pedidos. Segundo o reitor, no caso da UEL, as solicitações foram encaminhadas dentro do prazo legal solicitando autorização para os quatro trimestres desse ano. A CPS não emitiu qualquer resposta.
“Nosso desejo é manter a casa em dia, e atender bem a população. As horas extras são justificadas porque temos serviços essenciais a realizar, sem a devida reposição do quadro de recursos humanos”, justificou Sérgio Carvalho.

Segundo a Pró-reitoria de Recursos Humanos (Prorh), em novembro deste ano foram computadas 20.996 horas extras, sendo que 75% deste total (15.873 horas) foram para atender exclusivamente o Hospital Universitário. O restante das horas foi para a Prefeitura do Campus Universitário (20,84%) e demais órgãos lotados no Campus (3,56%). Ainda de acordo com a Prorh, nos últimos cinco anos ocorreu uma redução da ordem de 50% no total de horas extras executadas. O quantitativo reflete a falta de reposição de pessoal. A UEL tem hoje 1981 vagas em aberto, considerando o Campus e o HU.
Além da suspensão das horas extras, o Conselho de Administração também aprovou a realização de uma audiência pública para envolver a comunidade no problema e a busca de uma solução a partir da ampliação do contato com lideranças políticas e da sociedade civil de Londrina. “Precisamos esclarecer que recursos estão sendo cortados da universidade e se isto for mantido a UEL necessitará reduzir os serviços essenciais”, definiu ele.

O reitor explicou ainda que já adiantou o problema à Secretaria Municipal de Saúde de Londrina, 17ª Regional de Saúde e também ao Ministério Público.

Impacto no HU
A diretora superintendente do Hospital Universitário, Vivian Feijó, afirmou, durante a reunião, que o hospital ampliou 200 leitos esse ano para fazer o enfrentamento ao novo Coronavírus e as horas extras são fundamentais para manter os plantões.
“O governo precisa reconhecer o esforço do serviço público. Não conto com a possibilidade de não reconhecimento desse serviço”, afirmou a diretora. Segundo ela, o corte de horas extras nesse momento seria um verdadeiro crime contra a saúde pública de toda a Regional de Londrina, desassistindo diretamente pacientes dos 21 municípios que integram a chamada Macroregião.

(Com Agência UEL)

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