Um policial militar do 30º BPM de Londrina foi preso sob suspeita de chefiar o tráfico de drogas na cidade. Ele foi flagrado recebendo aproximadamente R$ 3.500 de outro homem, identificado como Vinicius Alexandre Camargo de Souza, conhecido como Pescoço, que possui outras passagens pela polícia relacionadas também ao tráfico.

Segundo o delegado do GAECO, Jorge Pereira Filho, a Polícia Militar recebeu uma denúncia de que um traficante encontraria o chefe da associação criminosa para realizar um pagamento referente à venda dos entorpecentes. Policiais do Serviço Reservado e da Companhia de Choque foram até o local aguardar o momento em que o encontro ocorreria.

“Eles começaram a monitoração e quando o veículo chega no horário da denúncia, o drone tá filmando e flagra tudo. Um condutor sai do Uno com um capacete, entrega para o condutor de uma Captur e sai. Na sequência, a Choque faz a abordagem”, explica Pereira Filho.

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Ainda de acordo com o delegado, o condutor do Uno relatou ter mais drogas em sua residência. Já no outro veículo, do suposto chefe do tráfico, estavam o policial militar, a esposa e os filhos. Dentro da sacola entregue por Pescoço ao policial foram encontrados R$ 3.500 em espécie e um revólver calibre 22.

O policial militar preso foi encaminhado para o 29º BPM, em Piraquara e pode responder por tráfico de drogas, associação ao tráfico de drogas e posse ilegal de arma de fogo. O Ministério Público assumiu o caso e pediu a prisão preventiva dos dois homens.

“Houve audiência de custódia na manhã da data de hoje e houve a decretação da prisão preventiva de ambos. Houve um pedido do Ministério Público para que essa prisão em flagrante fosse convertida em prisão preventiva e isso foi acatado pelo juiz. Então ambos os investigados se encontram à disposição da justiça”, disse o promotor do Ministério Público, Leandro Antunes.

Outros dois policiais também do 30º BPM também são alvos do Gaeco suspeitos do crime de concussão, que consiste em utilizar do cargo público, seja direta ou indiretamente, para a obtenção de vantagens indevidas. No dia 20 de dezembro, foram cumpridos três mandados de busca e apreensão contra eles.

Conforme a acusação, em 2021, eles teriam exigido a entrega de R$ 10 mil em dinheiro e arma de fogo para não realizarem a prisão em flagrante de um traficante de drogas. Os mandados, expedidos pela Vara da Auditoria da Justiça Militar, foram cumpridos nas residências dos policiais envolvidos e nas dependências do Pelotão da Rotam do 30º BPM, em Londrina. Foram encontrados na sede da Rotam várias armas e munições sem procedência ou origem, drogas diversas e objetos para preparo dessas drogas para comercialização.

Questionado se os crimes apresentam ligações, Antunes diz que ainda não se sabe, mas que será investigado. “Nos chama a atenção o fato deste policial preso anteontem também estar lotado no mesmo batalhão. Eventual conexão ou uma prova que possa interessar ao outro caso já em andamento, nós vamos verificar na sequência. Mas chama a atenção que policiais que deveriam coibir a prática do tráfico, do porte ilegal de armas de fogo, pratiquem crimes idênticos. Nós vamos verificar se esse crime tem relação direta com a função exercida por esse policial”, disse.