Londrina
Cascavel
  • Londrina
  • Cascavel

Cunha negou à PF ter sido procurado para fazer delação

14/06/17 às 16:00 - Escrito por Estadão Conteúdo
siga o Tarobá News no Google News!

O ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) afirmou que nunca foi procurado para fazer acordo de delação premiada, em seu depoimento à Polícia Federal, nesta quarta-feira, 14, em Curitiba - onde está preso desde outubro de 2016, alvo da Operação Lava Jato.

Cunha prestou depoimento de quase duas horas, na sede da PF em Curitiba, no inquérito que investiga o presidente Michel Temer por corrupção passiva, obstrução da Justiça e organização criminosa.

A possibilidade de uma delação apavora o Planalto e a cúpula do PMDB. Homem forte do partido na Câmara, o ex-deputado foi o principal artífice do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff e um dos pivôs da delação dos donos da J&F. As revelações dos delatores resultaram na Operação Patmos, desdobramento da Lava Jato, deflagrada no dia 18 de maio, que encurralou Temer e o senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG).

Leia mais:

Imagem de destaque
SAIBA MAIS

TSE rejeita recurso de Cloara Pinheiro; defesa diz que decisão não afeta mandato

Imagem de destaque
ACUSADO DE XENOFOBIA

Câmara de Apucarana descarta cassação de Vereador

Imagem de destaque
ENTENDA

STF anula mais uma condenação de Moro contra André Vargas na Lava Jato

Imagem de destaque
ENTENDA

Terminal Rodoviário é novo ponto de votação para as eleições de 2024

Cunha teria recebido propinas do Grupo J&F em troca de se manter calado nas investigações da Operação Lava Jato. O assunto foi um dos assunto levados ao Temer, por Joesley Batista, em conversa gravada no porão do Palácio do Jaburu, no dia 7 de março.

Negativa

Cunha negou genericamente envolvimento com propinas e a venda de seu silêncio. Declarou que gostaria de falar após acesso aos autos, tema de um pedido feito ontem pela defesa ao Supremo Tribunal Federal (STF).

"Meu silêncio não está à venda", disse Cunha, segundo o advogado Rodrigo Sanchez Rios, que acompanhou o depoimento, tomado pelo delegado Maurício Moscardi Grillo.

De acordo com Rios, Cunha negou "categoricamente" todas acusações de pagamento de propina feitas pelo empresário Joesley Batista, dono da JBS.

Em depoimento à Procuradoria-Geral da República (PGR), Joesley disse que pagava uma mesada a Cunha e ao operador Lucio Funaro em troca do silêncio dos dois. Disse ainda que Temer sabia da mesada.

Em gravação anexada ao inquérito, Joesley diz ao presidente que "eu tô bem com o Eduardo", ao que Temer responde "tem que manter isso, viu".

"O deputado ressaltou que nunca procuraram ele. Nem o presidente Temer nem interlocutores do presidente. Ele negou categoricamente. Respondeu de forma geral", disse o advogado.

As perguntas feitas foram enviadas pela equipe da PF da Lava Jato em Brasília. Foram 47 perguntas, lidas para Cunha, mesmo sem respostas efetivas para a maior parte dos assuntos.

O ex-deputado, preso no Complexo Médico Penal de Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, retornou no início da tarde para o presídio.

© Copyright 2023 Grupo Tarobá