Londrina
Cascavel
  • Londrina
  • Cascavel

Fachin prorroga por 60 dias investigação de senadores do MDB e ex-ministros

25/09/18 às 20:20 - Escrito por Estadão Conteúdo
siga o Tarobá News no Google News!

O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), atendeu a um pedido da procuradora-geral da República, Raquel Dodge, e prorrogou por 60 dias das investigações sobre um suposto esquema de pagamentos milionários do grupo J&F a parlamentares do MDB.

A decisão diz respeito a um inquérito que investiga os senadores do MDB Dário Berger (SC), Eduardo Braga (AM), Eunício Oliveira (CE), Jader Barbalho (PA), Renan Calheiros (AL) e Valdir Raupp (RO), além do ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Vital do Rêgo e os ex-ministros Helder Barbalho (MDB-PA) e Guido Mantega (PT-SP).

O inquérito apura suspeitas de prática dos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro por essas autoridades. As suspeitas foram levantadas nas delações premiadas do executivo Ricardo Saud, da J&F, e do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado.

Leia mais:

Imagem de destaque
SAIBA MAIS

TSE rejeita recurso de Cloara Pinheiro; defesa diz que decisão não afeta mandato

Imagem de destaque
ACUSADO DE XENOFOBIA

Câmara de Apucarana descarta cassação de Vereador

Imagem de destaque
ENTENDA

STF anula mais uma condenação de Moro contra André Vargas na Lava Jato

Imagem de destaque
ENTENDA

Terminal Rodoviário é novo ponto de votação para as eleições de 2024

Ao pedir a prorrogação, Raquel Dodge mencionou uma série de providências que ainda não foram realizadas, como os depoimentos de Ricardo Saud e Sérgio Machado, a análise de doações eleitorais feitas pelo grupo J&F ao diretório nacional do MDB e repassadas a diretórios estaduais, o exame da documentação apresentada pelos colaboradores e uma pesquisa sobre os quadros societários de empresas que teriam sido utilizadas pelo grupo J&F para intermediação dos repasses.

"Estando o pedido em apreço devidamente fundamentado nas linhas apuratórias remanescentes e indispensáveis à formação do convencimento do órgão ministerial, defiro a dilação postulada, concedendo à Polícia Federal o prazo de 60 dias para ultimação das diligências faltantes, sem prejuízo de outras que se desdobrem da regular evolução das apurações", determinou Fachin, em decisão assinada na última sexta-feira, 21.

Viabilidade

Na avaliação da procuradora-geral da República, o "conjunto de elementos probatórios até agora arrecadados revelam a absoluta viabilidade da investigação em curso". "A interrupção prematura desta apuração impedirá, de plano, o exaurimento de hipótese investigativa em exame", observou Raquel Dodge, quando pediu mais 60 dias para a conclusão do caso.

Raquel Dodge destacou que Sérgio Machado, em sua delação premiada, narrou "ter chegado ao seu conhecimento que o Grupo JBS faria doações à bancada do Senado do PMDB no montante aproximado de R$ 40.000.000,00 (quarenta milhões de reais), a pedido do Partido dos Trabalhadores - PT, para as eleições do ano de 2014".

Saud, por sua vez, afirmou que houve pagamento de R$ 46 milhões a senadores do MDB a pedido do PT, ressaltou a procuradora-geral da República.

A suspeita é a de que, embora muitas doações tenham sido realizadas de forma oficial, se trataria na verdade de vantagem indevida, uma vez que dirigentes petistas estariam comprando o apoio de peemedebistas para as eleições de 2014 como forma de assegurar a aliança entre os dois partidos.

As acusações também foram reforçadas pelo empresário Joesley Batista, que disse em depoimento que se reuniu com Guido Mantega em julho de 2014, quando o então ministro da Fazenda lhe teria pedido para transferir R$ 40 milhões para senadores da bancada do MDB. Os políticos negam irregularidades.

© Copyright 2023 Grupo Tarobá