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Mais de 90% dos parlamentares paranaenses são candidatos nas eleições deste ano

19/08/18 às 08:42 - Escrito por Liliane Dias
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Dos 30 deputados federais paranaenses na Câmara dos Deputados, em Brasília, 25 tentam a reeleição. Dos cinco que não almejam um lugar na Câmara, três vão tentar outras vagas no pleito de 2018: um ao Senado, um quer ser deputado estadual e um tenta o posto de Governador do Paraná. Destes cinco que vão deixar a Câmara dos Deputados, dois têm filhos que pretendem “herdar” a cadeira dos pais em Brasília.

Dos deputados federais paranaenses, apenas dois não vão buscar a reeleição ou outro cargo eletivo em outubro: Dilceu Sperafico (PP) e Nelson Meurer (PP), ambos já no sexto mandato consecutivo na Câmara dos Deputados, o último já condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no âmbito da Operação Lava Jato por crime de corrupção passiva.

Na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), dos 54 deputados estaduais, 45 buscam permanecer com uma cadeira na Casa de Leis paranaense. Dos nove que não tentam a reeleição, seis são candidatos a outros cargos: cinco para deputado federal e um ao Governo do Estado. Apenas três nomes não figuram na lista dos candidatos deste ano: Fernando Scanavaca (PPS), Pastor Edson Praczyk (PRB) e Rasca Rodrigues (Podemos).

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Além disso, a eleição para deputados federais e estaduais também pode promover mudanças na Câmara dos Vereadores, já que dos 38 parlamentares municipais de Curitiba, 18 tentam uma vaga no pleito de outubro, sendo dois para federal e 16 para estadual.

Conforme o cientista político Bruno Bolognesi, as alterações feitas com a reforma política no ano passado devem ajudar na reeleição de quem já tem algum mandato parlamentar. Já que a criação do chamado Fundo Eleitoral, que vai disponibilizar R$ 1,7 bilhão, deve criar um empecilho para quem almeja um cargo político pela primeira vez.

Bolognesi explica que as legendas já estabeleceram critérios genéricos para a distribuição dos recursos como desempenho em pesquisas e até fidelidade partidária, que deve privilegiar os candidatos que já ocupam uma cadeira política.

“Eu acho difícil essas pessoas não conseguirem se eleger porque eles acumulam uma quantidade de recursos e experiência que seus pares que não passaram por cargos eletivos não ocupam. O que a gente tem escutado nos bastidores é que todo o recurso do fundo de campanha está sendo destinado para quem já possui cadeira”, diz Bolognesi.

O especialista também considera que as novas regras eleitorais, não somente sobre financiamento de campanha, dificultam a possibilidade de políticos novos ingressarem em um cargo eletivo.

“Tem uma nova geração de políticos com outros valores, com respeito às regras democráticas e com percepção publica mais apurada e certamente as novas regras eleitorais vão ser prejudiciais, tanto por conta do financiamento quanto por 10% do coeficiente eleitoral que ele tem que fazer para se eleger”, afirma o cientista político.

Em 2014, a taxa de renovação da Assembleia Legislativa foi de quase 40%. Na época, 33 deputados estaduais que já ocupavam uma vaga no legislativo foram reeleitos. O índice de renovação foi o mesmo para Câmara Federal, com 18 deputados federais reeleitos.

Para Bolognesi a renovação é considerada alta se comparada com outros países, como Estados Unidos, por exemplo. A questão é que ela não aparenta ser tão significativa porque os mesmos nomes políticos ou familiares são eleitos para os distintos cargos.

O cientista político avalia que é normal que a renovação aconteça com filhos de políticos que já estavam no poder, por exemplo. “A gente tende a olhar para filhos de políticos como herdeiros aristocráticos de um posto monárquico”, avalia.

Embora muitos movimentos atuais contra a corrupção usem a máxima de que “política não é profissão”, o especialista discorda e diz que o problema é outro.

“Em toda a democracia avançada do mundo, a política é profissão. A política é uma atividade muito difícil, complexa e exige uma série de habilidades que poucas pessoas possuem. O problema é a gente conseguir qualidade dos políticos, a gente não tem qualidade da classe política”, afirma Bolognesi.

Ao fim dos registros das candidaturas, 429 nomes buscam uma vaga na Câmara Federal e 717 para deputado estadual.


Fonte: Paraná Portal 

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