O que no passado era antiético, hoje é satírico. Todos programas de TV tem um apresentador que representa um time. Milton Neves começou a jornada empunhando a bandeira do Santos ainda no fim da década de 90. Antes disso, aí do noticiário esportivo nacional puxar para este ou aquele.
Com o passar dos tempos é cada vez mais comum, ex jogadores virarem comentaristas e até apresentadores. Aí começa a disputa, antes no campo, agora na frente dos microfones. Neto é do Corinthians, Denilson Show do São Paulo, Avallone do Palmeiras, Paulo Roberto Martins do Santos, e cada estado começa a ter o representante do time que desponta.
Mas levar essa paixão para o calor das entrevistas tem ficado perigoso. No sábado, o repórter da Rádio Bandeirantes Felipe Garrafa, enfrentou a ira do técnico do Vitória, Vagner Mancini. Pergunta foi interpretada pelo técnico como um insulto ou provocação. Teve bate boca e nas redes sociais, a descoberta. A afirmação de Mancini, que o repórter é corinthiano se confirmou. Históricos de publicação inclusive reportam provocação para os rivais.
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É a paixão transpondo a razão e profissionalismo. Por mais que tenha havido neutralidade na pergunta, quem tem lado vai ser suspeito. Talvez estivesse nervoso com a quebra de invencibilidade, com a forma como o time baiano se portou nos 90 minutos e resolveu desabafar.
Uns vão logo soltar o bordão: “Futebol está chato”.
As vezes acho. Mas não dá pra negar que a bancada corinthiana da imprensa nacional se excede demais. Fala o que quer, ouve o que não quer.