Cinema

'O touro Ferdinando' é sucesso em cartaz

12 jan 2018 às 08:48

O touro Ferdinando, popular desde os anos de 1930, já esteve entre um dos 100 melhores livros, numa lista da prestigiada revista Time. Tratando de aparências e do não cumprimento de estereótipos, o livro de Munro Leaf, ilustrado por Robert Lawson, chega à telona, sob a direção de Carlos Saldanha. Ele reverte o quadro das generalizações de Garfield (o gato preguiçoso), Scrat (o esquilo agitado de A era do gelo) e do cão, selvagem, mas confiável, de O cão e a raposa. Ferdinando poderia ser brutal, mas prefere não sê-lo.

Neste filme dirigido pelo brasileiro Saldanha (Rio), há adoção de perspectiva eminentemente infantil. A partir de uma trama original muito compacta, ficou difícil, entretanto, adotar um roteiro surpreendente. Houve muita gente envolvida no roteiro, mas, no plano do enredo, o filme mostra um touro e a fuga da missão mais esperada: brilhar nas pomposas touradas da Plaza de Toros, em Madri.

Refletindo paisagens inspiradas na cidade de Ronda, o berço de atividades ligadas ao nascimento das touradas, a segunda casa a abrigar Ferdinando vem com o maior conforto possível, já que, lá, ele fortalece a amizade com a menina Nina, numa fazenda idealizada e apinhada de flores.

Muitas das mensagens do longa se provam bastante válidas: Ferdinando descobre, por exemplo, o lado amargo de burlar decisões que o protegeriam e há reversão de situações bem fatais para os amigos do touro, condenados ao abatimento em matadouro - numa leitura do tipo “é possível modificar o destino”.

Na versão em português da animação, os destaques são a atriz Talita Carauta, no papel da cabra Lupe, que estimula o ânimo do protagonista, e Otaviano Costa, que dá vida ao exibido cavalo germânico Hans.

Uma das melhores cenas, aliás, é a da disputa de dança entre os insuportáveis cavalos e os vizinhos deles, todos amigos de Ferdinando. Prestativo e pacato, o touro dará lições, a conta-gotas, aos equivocados e precipitados Valente, Angus e El Primero, este último, antagonista, na arena em Madri. Com encantamento similar ao de A menina e o porquinho (1973), o longa de Saldanha perde um pouco o brilho pelo final esticado, em que tudo se resolve num corre-corre dispersivo.

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