Cultura

Casa da Vila exibe filmes representativos do cinema negro neste domingo

24 fev 2023 às 19:26

A Vila Cultural Casa da Vila (Rua Uruguai, 1.656, Vila Brasil), promove neste domingo (26), às 18h, em parceria com o Coletivo Cinema Negro (Cocine), mais uma edição do Cineclube do Cocine. Durante o evento, serão exibidos os curtas-metragens “Jardim Beleléu” (2009) e “Martinho da Vila, Paris, 1977” (1977), ambos do cineasta, cineclubista e fotojornalista londrinense Ari Cândido Fernandes, cuja trajetória no cinema consiste em uma grande contribuição para o cinema negro brasileiro. A entrada é gratuita e livre para todos os públicos.


Conforme a produtora cultural da Casa da Vila, Fernanda Nasser Dornelles, as atividades do cineclube são vinculadas ao projeto “Oficina de Cinema Popular”, promovido pelo Cocine e patrocinado pelo Programa Municipal de Incentivo à Cultura (Promic), da Secretaria Municipal de Cultura (SMC). Além disso, também fazem parte do Programa Fábrica – Rede Popular de Cultura, por meio do edital de oficinas criativas. “Nós recebemos o cineclube e a oficina aqui na Casa da Vila desde o início do projeto, que começou em março do ano passado. Para nós, é uma grande felicidade poder ceder um espaço adequado para essa atividade que tem, como objetivo principal, debater, promover e desestigmatizar o negro na tela do cinema. Trazemos não apenas filmes que trabalhem a temática e a cultura negra, mas que principalmente coloquem o protagonismo em pessoas negras, com filmes dirigidos, produzidos e que tenham negros atuando em posições de destaque”, pontuou Dornelles.


O membro do Coletivo Cocine, Fagner Bruno de Souza, ressalta o caráter democratizante que foi crucial para a criação do projeto e do cineclube. “Desde o início, nossos integrantes se juntaram em torno da ideia de debater o cinema negro, principalmente no Brasil, quando o movimento ganhou força nos anos 70. Então, a proposta é exibir esses filmes e provocar um ponto de visto étnico-racial em quem estiver participando, buscando sempre priorizar filmes que tragam para o centro este debate de ideias das questões relacionadas ao movimento negro e à cultura negra. Nossa seleção é feita com base nesses quesitos e, sempre após as exibições, temos um momento de debate livre em que incentivamos o público presente a falar sobre as impressões, sensações e sentimentos gerados a partir dos filmes exibidos”, contou Souza. Além dele, o Coletivo Cocine é formado também por Nicolas de Oliveira Santos, Talyta Elen Ferreira Teodoro e Wellington Victor Pereira da Silva.


Segundo Souza, a expectativa do Cocine é reunir cada vez mais pessoas na Casa da Vila, aumentando o número de presentes a cada exibição mensal. “O Cineclube acontece todo último domingo do mês e, em média, temos atingido a metade da capacidade total do espaço que nos é cedido pela Casa. Então, convidamos a todos para vir prestigiar as nossas exibições do mês, pois o que mais queremos é divulgar e democratizar o acesso à cultura e ao cinema. Quem vier pode ter certeza de que irá assistir a um filme que não está nas salas de cinema, e que dificilmente estará nos catálogos das principais plataformas de streaming do país. Nossa ideia é divulgar essas obras audiovisuais e conseguir construir um público cada vez mais crítico e participativo”, finalizou o produtor.


Sinopses dos curtas exibidos


“Jardim Beleléu” (2009), Drama, 15 minutos 

Jardim Beleléu conta a história de Itamar, um operário da indústria metalúrgica que trabalha muito para sustentar sua família, no subúrbio de Cidade Tiradentes. Um dia, voltando de ônibus do trabalho após receber o salário, Itamar é assaltado e perde todo o seu dinheiro. Ele resolve vender um revólver que guardava para sua proteção, mas no caminho avista Corisco Sputnik, o assaltante que havia levado o seu salário. Enfurecido, Itamar resolve matar o assaltante, mas é surpreendido pelo que vê. Jardim Beleléu faz uma homenagem a Itamar Assumpção.


“Martinho da Vila, Paris, 1977” (1977), Documentário/Memória, 8 minutos 

O filme é um depoimento extrovertido do cantor Martinho da Vila. Mostra o artista com os amigos, pelos bairros e bares parisienses durante 1977, ano em que Martinho fez muito sucesso na capital francesa.

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