Em janeiro de 2015, a queda de uma aeronave de pequeno porte logo após decolar do aeroporto de Toledo tirou a vida do seu piloto, o jovem Vitor Augusto Gunha da Costa, enlutou uma conhecida família de Cascavel e entristeceu a cidade.

Parecia uma fatalidade do destino, mas não era. Instigado pela perícia da aeronáutica que apontou como causa do evento uma falha mecânica, mais especificamente o entupimento de uma mangueira de combustível defeituosa, o médico e também piloto Augusto Fonseca da Costa, pai de Vitor, fez uma meticulosa e paciente pesquisa na documentação do aparelho, apurou que o “acidente” poderia ter sido evitado e desvendou o criminoso conluio entre empresários negligentes e desonestos e autoridades omissas e irresponsáveis, que vitimou seu filho.

O fato: embora houvesse um alerta do fabricante do motor determinando a troca urgente da peça, a indústria montadora do avião não só ignorou a ordem como, falsamente, fez constar do manual que o conserto havia sido feito.

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Estarrecido com a descoberta e decidido a buscar justiça para sua perda pessoal e impedir novas tragédias por motivos similares, Augusto dedicou-se nos últimos quatro anos a uma tenaz devassa nos protocolos e procedimentos utilizados pela Agência Nacional da Aviação Civil para certificação e fiscalização da segurança das aeronaves do tipo “experimental” ou fabricadas para o chamado aerodesporto.

 O resultado dessa investigação está agora publicado no livro-denúncia “Asas da Morte”, onde Augusto desnuda o escandaloso submundo de ilegalidades e favorecimentos que domina esse setor da aviação brasileira, e os perigos que isso representa para quem voa e para quem pensa que todos os aviões que passam sobre as nossas casas são inofensivos e seguros.

A obra será lançada no próximo dia 6 de dezembro, às 19h, no auditório da Associação Comercial e Industrial de Cascavel.

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