O número de casos de AIDS e mortes pela doença têm diminuído no Brasil e no Paraná. Mas Londrina está na contramão desta estatística, por aqui o índice da doença aumentou. Combate à AIDS se faz o ano inteiro, mas o dia 1º de dezembro é a data de reforçar a prevenção.
Jovens de 15 a 27 anos são o grupo mais vulnerável ao contágio, principalmente por via sexual. No estado do Paraná entre 2014 e 2017 houve redução de 20 % nas mortes em decorrência da AIDS, e queda de 11% nos casos detectados. Mas Londrina teve um resultado diferente. Em 2010, 114 pessoas foram diagnosticadas com HIV. Em 2017 foram 253 pessoas. A soma, ao longo desses anos, é de 1424 soropositivos detectados. Mais de 30% são homens, e estima-se que para cada caso detectado, existam outros 5 ainda não notificados.
Na percepção da Alia, Associação Londrinense Interdisciplinar de AIDS, ainda existem tabus a serem quebrados. Um deles é em relação ao uso do preservativo, que deve ser incorporado às relações sexuais. Confusão entre amor, confiança e cuidado com a própria saúde também interferem na prevenção.
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O aumento na detecção de casos de AIDS em Londrina motivou uma reunião, mediada pelo Ministério Público, para cobrar do município políticas de enfrentamento a doenças infecto-contagiosas, em especial, a AIDS. A Secretaria Municipal de Saúde garante que não faltam preservativos para distribuição nem remédios para o tratamento, mas ainda estuda novas medidas de controle da doença.
A Câmara Municipal, representada pelo vereador João Martins, foi criticada pela aprovação do projeto Escola Sem Partido. A representante da Secretaria Municipal de Educação explicou que a educação sexual faz parte do currículo e que tem características diferentes para cada faixa etária. No ensino fundamental é feita pontualmente para identificar casos de abuso. Já no Projovem e na Educação de Jovens e Adultos, existe um trabalho de orientação e prevenção de doenças e gravidez sem planejamento. A coordenadora da secretaria de educação, Debora Santos, reforçou a importância da parceria entre família e escola.
(Reportagem: Livia de Oliveira/ Andelson Moro)