Treinado desde a infância às danças tradicionais do Magrebe (região Noroeste da África) e à música árabe-andaluza, o multiartista Cie Filipe Lourenço retorna aos seus primeiros amores coreográficos, questionando a própria herança dessas culturas ancestrais, no espetáculo “Pulse(s)”, que será apresentado nesta sexta-feira (11), às 20 horas, no Teatro Ouro Verde, como parte da programação do 17º Festival de Dança de Londrina, que segue até o dia 13 de outubro.
No palco, atua como bailarino, contador de histórias e músico, revivendo a memória de danças como allawi, tuaregue e argel, muitas vezes reduzidas à sua dimensão folclórica. Assim, coloca-as no centro de um diálogo aberto com o contemporâneo ao trazer os significados sociais e rituais dessas danças que produzem todo um conjunto de gestos minimalistas.
Tocada ao vivo, a música assume uma importância crucial com as percussões, instrumentos de corda, como o oud (similar ao alaúde) e o canto. Nessa atmosfera nostálgica, o coreógrafo organiza a relação entre as pulsações sonoras e as vibrações do corpo, experimentando a força dessa memória coreográfica, porém, agora, restaurada em sua espontaneidade.
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Esse trabalho de memória não assume a forma de um arquivamento clássico, que compila um repertório de gestos reproduzidos de forma idêntica. Pelo contrário, é uma questão de desconstruí-los para testar o modo como podem alimentar o contemporâneo e, em troca, experimentar os meios de uma renovação, uma adaptação de suas formas às apostas do mundo atual.
De fato, se suas funções primárias (integração social, celebração de guerra, apelo ao divino, rito agrícola, jogo poético-erótico) não são tão centrais quanto antes. Porém, permanece o fato de que essas danças respondem a desafios coreográficas e culturais, que não perderam nenhuma relevância.
Serviço:
Pulse(s) - Cie Filipe Lourenço (França)
Dia 11 de outubro (sexta-feira), às 20h, Teatro Ouro Verde (R. Maranhão, 85)
Classificação indicativa: Livre
Ingressos: R$10 e R$5 (meia-entrada)
(com informações da assessoria)