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Ouro na mesa: os sabores do milho verde

02/09/17 às 08:52 - Escrito por Bruno Maffi
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As lembranças da fazenda, da mãe e da avó ralando o milho, preparando os bolos, cozinhando em fogão de lenha... O cheiro do curau cozinhando, das pamonhas ficando prontas... Uma memória riquíssima de cor, aroma e sabor. Essa lembrança da infância foi determinante para o César Vilela, quando ele ficou desempregado, há pouco mais de 20 anos.

Hoje, aos 64, César afirma que uma crise não pode parar quem confia em Deus e não tem medo do trabalho. Na fazenda ele plantava e colhia o milho, na cidade trabalhou como cinegrafista. Ficando sem emprego, firmou uma sociedade com sua irmã, Terezinha. O empreendimento deu tão certo que o número de mesas na Pamonharia Flor de Milho lota o salão, alugado no começo, hoje propriedade da família. E as mesas, sempre estão cheias!

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A mesma sopa de milho, com frango desfiado, cebolinha e pão francês, servida na mesa da avó, no sul de Minas Gerais, é um dos carros chefes da cozinha da pamonharia. Cremosa e bem temperada a sopa não é pedido apenas pros dias frios! Ela conquista o paladar em qualquer estação.

No cardápio dos quitutes salgados tem uma outra sopa, a paraguaia, mas não é de comer de colher. Na pamonharia é vendida como torta salgada, mas é a mesma receita comum no país vizinho e no Mato Grosso do Sul. A massa é temperada com cebola na manteiga e o queijo completa o sabor. Outra delícia é a pamonha salgada, recheada com queijo e linguiça. É uma das opções mais pedida.

Mas a queridinha da casa é a pamonha doce. Cremosa e quentinha, é servida na palha do milho, criando aquela sensação de mesa de família. Pesquisando sobre o tema, descobri que o nome pamonha vem da palavra pamunã, do tupi. Na tradução que eu mais gostei, “cremoso”.


O curau com canela e o bolo de milho bem dourado chamam atenção na vitrine. Como escreveu Cora Coralina, Jesus e São João devem ter mesmo passado pelo milharal, porque o sabor é abençoado!

A ideia de trabalhar com as receitas que alimentaram sua família por gerações garantiu ao César uma oportunidade de recomeço. Hoje além de trabalhar com a família, ele emprega nove pessoas. Conta que na safra do milho, quando consegue mais lucro, já faz a reserva de capital à entre-safra, para não precisar dispensar nenhum de seus colaboradores.


O filho do César, o Leandro, toca outra unidade da Flor de Milho. Formado em contabilidade, ele quis seguir o negócio que o pai empreendeu e também está satisfeito. Leandro tem incrementado o cardápio, que agora possui Milk Shake de milho verde e panqueca de milho refogado com queijo. Há outras opções de recheio também.

Vendo aquela variedade de produtos de milho, claro que passou por minha cabeça como se faz para ralar tudo e quantas espigas são utilizadas por dia. Pasme! São 150 caixas de milho por semana, pra ter uma ideia, 50 caixas pesam 1500 quilos. Ainda bem que foi inventado o ralador elétrico!

A Pamonharia Flor de Milho fica na avenida Senador Souza Naves, 153. A unidade do Leandro fica na Rua Prefeito Hugo Cabral, 600.

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